domingo, 22 de novembro de 2009

Vozão na primeira divisão

Existem times que tem a fama de sempre ter de lutar muito para conquistar algo.
Existem torcedores que, na vitória ou na derrota, preferem ver se o que está acontecendo é mesmo real ou não passou de um devaneio.
Não me esqueço da narração do gol do nosso saudoso Tiquinho, eternizado na voz de Gomes Farias, que nos trouxe nosso primeiro tetra-campeonato.
Lembro de uma decisão do campeonato nos anos 80 em que fiquei na torcida rival (do Ferroviário) e tive que chorar baixinho a conquista do meu time, vendo a festa alvinegra pelo lado dos vencidos...
Lembro do lance do pênalti em 1994 que Sérgio Alves sofreu contra o Grêmio e não foi marcado... Muita raiva que deu lugar com o tempo a um sentimento doce de vitória...
Lembro daqueles 3x2 em pleno Presidente Vargas contra o Avaí... Os fogos dos secadores pela cidade e minha tristeza depois...
Lembro daquela série B onde precisávamos fazer um milagre: sete partidas para não cair... Conseguimos!
Lembro das 16 partidas do tabu... Em nenhuma delas deixei de acreditar. Gol de Pênalti de Sérgio Alves e lágrimas no final.
Lembro da Copa do Brasil de 2005 contra o Paysandu precisando fazer 3 gols... Estava lá e fiquei até o fim. Classificamo-nos.
Lembro de ter ficado em 2006 até o fim daqueles 6x3... E de estar na maior carreata da história dias depois...
Ainda em 2006, lembro do risco da punição no caso Preto... Da angústia daquele dia e da alegria quando ouvi na rádio sobre a absolvição...
Neste ano de 2009 me lembro daquela virada contra o Guarany, onde perdíamos por 3x0 e viramos para 4x3.
Contra outro Guarani, desta vez o de Campinas, lembro do jogo dos apagões, onde empatamos um jogo chave para a nossa subida à Série A aos 43 minutos do segundo tempo.
Jamais esquecerei do dia 21 de novembro de 2009, onde ví meu time subir em campo e chorei feito um menino, pois hoje os fogos que estouraram carregavam o preto e o branco na sua pólvora.
A justiça enfim se fez. Dia inesquecível pra nação alvinegra.
Nestes meus 34 anos de vida tive alegrias e tristezas com meu vozão, mas nada que me separasse de uma vez desta paixão.
Como diz o hino, Ceara, tua glória é lutar e hoje você escreveu mais um belo capítulo no livro da minha vida...
Jamais deixei de acreditar e por isto sempre ficarei até o fim.
Sem tanto sofrimento, se possível for.
Como sei que nada nos vem de bandeja estarei pronto e mesmo que o coração um dia refugue tanta emoção, jamais deixarei de acreditar.
Sofro, mas não te deixo pois meu coração já se acostumou com a dificuldade...
Quando perdemos, tal como um enfarte não fatal, meu coração encontra anastomoses para reativar meu sangue preto e branco e este jamais para de circular...
O sentimento não pode parar.
Tenho orgulho e felicidade por amar você, Ceará! Avante.

Um comentário:

Anônimo disse...

É isso aí, David.
Valeu a pena esperar.
Em homenagem a esta conquista, escrevi um cordel. Leia no meu blog:
cordeisecordelistas.blogspot.com.
Saudações alvinegras de 1ª.