35 anos

Talvez metade da minha vida, talvez os últimos momentos... Deus o sabe.
Quem diria...
Em 1975 nascia em um mundo completamente diferente de hoje.
Moedas de carbono, efeito estufa, el-nino, avatar, youtube, twitter, facebook, Dinheiro na meia, na cueca (se bem que naqueles dias acho que o mesmo acontecia), China maior exportadora, Ceará primeira divisão (hehehe, brincadeira, já fomos de primeira sim!), CTRL C + CTRL V, Sesc, wireless, LCD, PS3, concurso público, implantes, engenharia genética, terremotos, tsunami, Lula presidente, Comunidade do Amor, 11 de setembro, Odontologia, Ayrton Senna, IGUATEMI, fliperama, IBEU, Porangabussu, NBA, Redentorista, Acre, vila militar, João Paulo II, Zico, King, UFA!!!
Quanta coisa. E olha que muito se passou bem debaixo do meu nariz e eu nem vi.
Sabe, as vezes ainda me sinto assustado com a velocidade de tudo isto.
Muitas vezes fico tão tonto que dá vontade de descer do bonde da história.
Mas viver é mesmo uma grande dádiva.
No caminho encontrei o amor, a felicidade, o trabalho, a honra, a dignidade, a amizade, a verdade, a sinceridade, a harmonia, a música, a paz e o caminho.
Também esbarrei com o medo, a insegurança, a incerteza, a ansiedade, a timidez, a tristeza, a dor e a solidão por vezes.
Ser o que sou hoje levou tempo.
Um tempo que jamais voltará, a não ser nas doces lembranças ou nos sonhos disformes.
Hoje quando olho minha pequena e inocente Esther sinto que parte de minha missão está completa.
Mas hoje, mais que nunca, quero vê-la crescer e ajudá-la nos momentos difíceis da vida.
Espero que compreendam o desabafo. É a cinza das horas. É o estar "blue".
Nostalgia, saudade. É o peso dos anos.
Luzes que se apagarão da memória, mas ficarão aqui, na luminosidade controlada e econômica de um monitor LCD.
Para mim, para você, para todos nós.
Salve tempo!