quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Ótima reflexão
Jocum, a Cultura da Morte e a Ética da Vida.



No domingo próximo passado (25/09) a revista eletrônica da Globo, o Fantástico trouxe uma reportagem tendenciosa em que os missionários da JOCUM – JOvens Com Uma Missão eram mostrados como um perigo à preservação da "cultura" indígena.



A reportagem falava acerca de alguns índios zuruahãs que foram trazidos para São Paulo pelos missionários para tratamento de saúde, visto que corriam sérios riscos continuando na aldeia, que fica na região do Médio Purus, na Amazônia.



Os jocumeiros são tratados durante toda a entrevista como os grande vilões detratores da cultura indígena, tanto pela própria reportagem, quanto pelo antropólogo João Dal Poz, da Universidade Federal do Mato Grosso e também pelos responsáveis da FUNASA e da FUNAI.



Uma das acusações principais contra os evangélicos em missão naquela tribo é a violação da constituição e o Estatuto do Índio. Prestem bem atenção nisso: os missionários estavam levando índios doentes para tratamento em São Paulo, inclusive dois bebês (um de seis meses e outro de 1 ano e meio) e são acusados de ferir a Constituição??? O que vale mais: a Constituição ou a vida??? Não seria a vida o fator principal da existência de uma Constituição? Nossa Constituição defende como fundamentos a dignidade humana, a prevalência dos direitos humanos e o direito à vida, que também consta da Declaração Universal de Direitos Humanos.



Não bastasse o fundamento constitucional, volto a perguntar. O que vale mais: a lei ou a vida humana? Sim, porque os missionários estão sendo recriminados por salvarem vidas, e aqui não estamos falando do sentido espiritual de salvação, é de vida mesmo!!!



A reportagem afirma que um dos índios trazidos para tratamento é um caçador, e que segundo especialistas, isso pode trazer conseqüências desastrosas para a tribo. Surge outra pergunta. O que trará mais desequilíbrio para a tribo: um caçador curado ou um caçador morto? Os "senhores da lei" preferem um caçador morto a um caçador vivo. Um caçador morto caçará o que, senhores? As almas perdidas do Quarup? Francamente...



Outro fato que nos chama a atenção é a reportagem abordar como um "fator cultural" que merece ser respeitado duas práticas da tribo: a chamada morte ritual, onde o índio se envenena para chegar à "terra ideal" e o abandono de crianças que nascem com problemas físicos, para morrerem sozinhas na selva, pois os índios julgam que elas não têm condições de sobrevivência. É a preservação da morte como fator cultural. A vida perde para a cultura!!! Só parecem esquecer que sem vida não pode haver manifestação da cultura, e que fatores culturais podem e devem ser mudados para que um bem maior seja defendido: a vida!



O que é mais correto: a cultura da morte ou a ética da vida? Deveriam ser recriminadas pessoas que lutam pela vida das outras? E onde estava a Funai esse tempo todo? No mínimo correndo atrás de recursos para a "sustentação da cultura indígena". Acordem, senhores! A vida vale mais que a cultura, seja ela qual for. Se não pensam assim, sejam donos de museus e não guardiões da vida humana.

Outra crítica que fazem aos missionários é a motivação religiosa.



Claro que a motivação é religiosa!!! Eles são missionários, não são políticos. Se fossem, a motivação seria política. Claro que a motivação está em Deus, doador da vida e dono de todas as culturas. Ele é Senhor sobre tudo e sobre todos. E certamente ele é a motivação de qualquer um que luta pelo direito à vida do próximo, seja ele evangélico ou não. Deus é Senhor de vivos, não de mortos.

Na verdade, de FANTÁSTICO nessa história, só mesmo a atitude dos missionários, em lutar pela vida, ainda que contra os senhores da cultura da morte.



Valeu JOCUM,



Que Deus os abençoe, sempre,



NEle, Senhor da vida, que se chama EU SOU, e não EU FUI,



José Barbosa Junior – editor do site www.crerepensar.com.br

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